Mudas Nativas da Mata Atlântica

Viveiro de Mudas Nativas da Mata Atlântica

O projeto “Viveiro de Nativas da Mata Atlântica: Uma Ferramenta de Educação Ambiental e Recomposição da Mata Atlântica”, apoiado pela Fundação Mico Leão Dourado, ocorreu entre novembro de 2009 e janeiro de 2011. O principal objetivo era incentivar o manejo sustentável dos recursos naturais e a recomposição da Mata Atlântica junto às comunidades rurais do entorno da Trilha do Ouro. Duas importantes parcerias foram firmadas com as comunidades tradicionais quilombola e indígena do município através da Associação de Remanescentes de Quilombolas Santa Rita do Bracuí e a Associação Comunitária Indígena do Bracuí. 

Durante a execução do projeto de Ecoturismo na Trilha do Ouro (*) foi instalado um “Viveiro de Mudas Nativas da Mata Atlântica” na Associação de Produtores Rurais de Mambucaba. De caráter educativo, este projeto pretendeu dinamizar as atividades do viveiro além de produzir mudas de espécies florestais nativas, realizar um inventário das espécies presentes e seu potencial na utilização em atividades de recuperação ambiental, nos cultivos agroecológicos e também nas atividades de paisagismo. 

 O projeto realizou um Curso de Manejo da Polpa de Juçara para fortalecer a produção de mudas da palmeira Juçara e de espécies florestais nativas. A palmeira Juçara (Euterpe edulis), espécie símbolo da Mata Atlântica que durante muitos anos esteve associada à exploração ilegal de palmiteiros, tem grande importância ecológica e potencial produtivo através da utilizacao da polpa de seus frutos que produz o “açaí” de juçara. O curso integrou o Programa Protagonismo Juvenil no Fortalecimento das Comunidades Quilombolas e Promoção da Palmeira Juçara, do Ministério de Meio Ambiente/PDA, em cinco comunidades quilombolas nos municípios de Paraty e Angra dos Reis/RJ e Ubatuba/SP.

Foram produzidas e catalogadas mais de 16.000 mudas, entre nativas e não nativas da Mata Atlântica e distribuídas mais de 10.000 mudas, sendo que o maior percentual das mudas nativas distribuídas, principalmente de palmeira Juçara, foi plantado na área do Quilombo Santa Rita do Bracuí em Sistemas Agroflorestais e na Aldeia Sapucaí. 

Um Programa de Educação Ambiental foi desenvolvido voltado às escolas e comunidade local. Iniciado com a Semana da Mata Atlântica e a Semana do Meio Ambiente, foram realizadas atividades para as escolas públicas do Parque Mambucaba com exibição de vídeos sobre a Mata Atlântica, Campanha Contra o Tráfico de Animais Silvestres, palestras sobre o bioma e as Unidades de Conservação do município, atividades lúdicas, plantio e distribuição de mudas, visitas à Trilha Porã (trilha ecológica que pertence à Eletrobrás). Posteriormente, o Programa promoveu visitas orientadas ao viveiro, atendendo escolas duas vezes na semana, além de visitas à Estação Ecológica de Tamoios, Unidade de Conservação de Proteção Integral que protege 29 ilhas e o raio de 1km do seu entorno marinho, nos municípios de Angra dos Reis e Paraty.  

A equipe participou de diversos eventos como o II Encontro de Agroecologia do Estado do Rio de Janeiro; o I Encontro Estadual de Águas e Florestas, realizado pelo Instituto Terra, Associação Mico-Leão-Dourado e Instituto Bioatlântica; e o IV Encontro Nacional da Rede Brasileira de Justiça Ambiental, entre outros. 

Uma das questões chaves abordadas no projeto foi estabelecer um referencial ético comum para o produto polpa de juçara, incorporando uma dimensão social (étnica) e ecológica, estimulando a formação de uma rede de produção e comercialização direcionada para uma economia popular e solidária.