Adiada entrega de título da UNESCO pra Ilha Grande e Paraty

Prestes a receber o Título de Sítio Misto de Patrimônio da Humanidade, autoridades e empresários ameaçam a legislação ambiental pelo turismo.

Poder público e empresários se articulam para afrouxar a legislação ambiental

Quase dois anos após o anúncio, finalmente dia 19 de agosto o país receberia o primeiro Título de Sítio Misto de Patrimônio da Humanidade reconhecido pelo Comitê da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco). A categoria de Sítio Misto reconhece a relação de preservação da biodiversidade com a sua cultura, enaltecendo nossa riqueza natural com o modo de vida das comunidades que habitam nosso território.

Mas a semana começou com a notícia de que o prefeito de Angra e de Paraty, vereadores e empresários reuniram-se com autoridades de Brasília e com o “metralha número 3” num “ambiente de negócios” para destravar o turismo da região.

E, além de obras caras e impactantes de infraestrutura, quais foram as conclusões dessa importante reunião num hotel de luxo da cidade? Afrouxar a legislação ambiental e amaciar o IPHAN pra permitir a desfiguração do Patrimônio. Ou seja, nossos governantes não querem proteger nada.

O município de Angra que é incapaz de qualquer controle ambiental no continente e que nunca implantou a APA da Banqueta agora quer gerenciar a APA de TAMOIOS. A APA da Banqueta serviria para proteger a principal capitação de água que abastece o centro da cidade e a Japuiba. A pergunta é: pra quê municipalizar a APA de TAMOIOS? Entregar suas praias e ilhas para a ESPECULAÇÃO IMOBILIÁRIA parece ser a resposta mais provável. Não será tão fácil quanto parece.