O que fazer em caso de acidente nuclear grave? Você é a favor da usina nuclear? Você acredita na efetividade do Plano de Emergência? Pode acontecer um acidente grave nas usinas de Angra dos Reis?
Desde que as usinas Angra 1 e Angra 2 começaram a operar, acontecem acidentes e vazamentos nas usinas classificados como pequenos e médios e chamados de “Eventos Não Usuais”. Problemas que só vieram a público após denúncias, gerando desconfiança e mostrando a falta de transparência na operação das centrais nucleares.
A inexistência de um Plano de Emergência confiável foi motivo de questionamentos da sociedade e das autoridades municipais desde o início da década de 80. A única forma de evacuação prevista é terrestre utilizando-se a rodovia Rio-Santos. A rodovia, sinuosa e má conservada, tem histórico de acidentes e de queda de barreiras.
A SAPÊ realizou algumas intervenções durante o exercício do Plano de Emergência chamando a atenção para problemas cotidianos da Rio-Santos. Em 1991 foi encenado um acidente de carro na rodovia. Nos exercícios do Plano de Emergência de 2005 e 2007, simulamos uma queda de barreira e interrompemos a rodovia, fenômeno comum nos períodos de chuva intensa.
Em todas as intervenções citadas, os órgãos envolvidos não atuaram a fim de “atender os acidentados” ou liberar a rodovia e prosseguiram o exercício do plano de forma meramente protocolar, sem responder às intercorrências propostas. A única resposta objetiva às intervenções da SAPÊ ocorreu em 2007 quando o então coordenador geral da SAPÊ foi detido pela Polícia Federal, enquadrado na Lei de Segurança Nacional e, posteriormente, condenado pela justiça federal por obstrução da rodovia.
O Plano de Emergência Externo (PEE) contempla a evacuação da população residente e visitantes em uma área de apenas 5 km em torno da Central Nuclear. Dessa forma, excluí bairros populosos do entorno, como Parque Mambucaba e comunidades tradicionais quilombolas e indígenas. As escolas que serviriam de abrigos não contam com infraestrutura mínima para receber as famílias deslocadas e não têm barreiras para impedir a penetração da radiação.
A falta de credibilidade quanto a eficácia do Plano de Emergência está amparada no discurso promovido pela empresa de que as instalações nucleares são seguras e que não há a possibilidade de um acidente grave ocorrer. Essa postura produz desinformação e despreparo da população, além de desobrigar as autoridades a promoverem um Plano de Emergência factível.
O disparo acidental da sirene do sistema de segurança, em 1989, levou pânico à população do bairro do Frade. Num segundo disparo acidental, em 2021, ninguém acreditou que de fato se tratava de um acidente logo, não houve reação.. Uma demonstração clara do descrédito em relação ao sistema de segurança, ponto fundamental para o funcionamento de um Plano de Emergência eficaz.
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