“Gipóia: Trilhas e Turismo” foi um projeto de mapeamento e divulgação das trilhas históricas da Ilha da Gipóia desenvolvido pela SAPÊ em parceria com a Associação de Moradores local. Uma estratégia para fortalecer o turismo local e garantir o trânsito dos moradores pelos caminhos tradicionais. Além do mapeamento das trilhas, foram realizadas oficinas com o tema “O turismo que queremos” a fim de dialogar junto à comunidade e identificar os atrativos turísticos naturais e sociais, desafios atuais e horizontes para um turismo de base comunitária.
A Ilha da Gipóia é a segunda maior ilha do município de Angra dos Reis. Seus moradores são caiçaras que permaneceram em seu território tradicional e proprietários de mansões, as quais a maioria dos grandes terrenos são originários de fazendas do período colonial. Muitos moradores são funcionários destas propriedades. Trabalham como caseiros limpando terreno, preparando a casa para a chegada dos proprietários e turistas de veraneio. Existe na ilha um grande número de aposentados, pessoas que trabalham com o turismo e jovens buscando oportunidades.
Os moradores e turistas da ilha são impactados pela mudança no traçado histórico de trilhas promovidas pelas construções de luxo, restringindo o acesso às praias e obrigando-os a caminhar pelo alto dos morros, ao invés de andar pela praia à beira mar. Em 2017, um desvio de trilha na praia do Peixoto – que antes passava pela praia desviada por uma escadaria por trás da residência – gerou indignação e mobilização dos moradores para implantação de uma legislação que garantisse o traçado original de todas as trilhas da ilha.
O levantamento dos traçados históricos dos caminhos da ilha foi um momento de resgate e valorização das lembranças e histórias de luta da comunidade pelo direito à permanência em seu território, fortalecendo vínculos de pertencimento. O projeto também contribuiu para integração e organização da comunidade e para o conhecimento sobre as legislações que envolvem o acesso à praia.
O planejamento coletivo do turismo gerado pelas oficinas levou à formação de um Grupo de Trabalho de Gestão do Turismo para discutir e gerenciar as questões relativas ao desenvolvimento do turismo na Gipóia. Pelo projeto foram elaboradas placas de sinalização com o mapeamento e folders com detalhamento das trilhas da locais, atrações e infraestruturas turísticas. Existe um trecho da ilha que não é utilizado pelo turismo por ser privatizado pelos proprietários de mansões, que acabou ficando fora do material produzido.
Embora exista o Decreto Municipal N° 5.299 de 18 de maio de 2007 instituindo servidão pública nas trilhas da Gipóia, ele contempla apenas uma parte do território da ilha. Portanto, foi elaborada a minuta de lei e encaminhada à Câmara Municipal de Vereadores.
Vítor Santos Lisboa
Amanda Alves
Maria Clara Valverde Sevalho
Vanessa Rosa de Jesus
Victor Teixeira
R$ 16.250,00
Novembro de 2018 à Maio de 2019
SAPÊ
Associacao de Moradores da Ilha da Gipóia
Fundo Socioambiental CASA
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